segunda-feira, 30 de maio de 2011

Rosas: cuidados para um plantio de sucesso




As rosas são plantas de cultivo relativamente fácil. Podem embelezar qualquer jardim com suas cores e odores, em alguns casos durante longos períodos. Existem diferentes grupos com características bem definidas, como o porte, a época e quantidade de floração, ou o tamanho e forma das flores.


Para cada tipo de roseira há um diferente tipo de poda. Quando se escolhe uma variedade, devemos levar em conta o nosso objetivo. Porém, existem algumas normas gerais que são aplicáveis a todos os tipos:

• exigem exposição ao sol
• devem permanecer em lugar livre de vento mas com boa ventilação
• suportam quase qualquer tipo de solo, desde que tenha uma boa drenagem
• necessitam de abundante matéria orgânica, como esterco, húmus, etc.



PLANTIO

PLANTIO EM JARDIM:
Cerca de uma semana antes de plantar as mudas, cave bem a terra até cerca de 40 cm de profundidade. Para cada mª de canteiro, incorpore uma mistura de 15 Kg de esterco curtido (de aves ou gado) e 200g de farinha de osso.

Existem vários tipos ou variedades de roseiras (silvestres, híbridas-de-chá, sempre-floridas, miniaturas, rasteiras, arbustivas, trepadeiras e cercas-vivas) e o espaçamento vai depender da variedade de rosa que estiver sendo plantada. É possível basear-se no seguinte:

* arbustivas: 1 metro entre as mudas
* trepadeiras: de 1 a 2 metros entre as mudas
* cercas-vivas: 50 a 80 cm entre as mudas
* híbridas-de-chá e sempre-floridas: 50 cm entre as mudas
* miniaturas: 20 a 30 cm entre as mudas
* rasteiras: 30 cm entre as mudas

PLANTIO EM VASO:
As mudas são normalmente vendidas em vasos ou em sacos plásticos. Não há restrição para o plantio, pode ser feito em qualquer época do ano, mas os especialistas recomendam evitar os meses mais quentes, sempre que possível. Já para o plantio com mudas chamadas de "raiz nua", o período mais indicado vai da segunda metade do outono à primeira metade da primavera.



ADUBAÇÃO

De preferência, deve-se fazer de 2 a 3 adubações anuais: a primeira logo após a poda anual (entre julho e agosto); a segunda entre novembro e dezembro e a terceira entre os meses de janeiro e fevereiro. A melhor adubação é a orgânica, baseada em esterco animal, composto orgânico, farinha de ossos e torta de mamona. As quantidades, para cada metro quadrado de canteiro, são as seguintes:

* 20 litros de esterco curtido ou 2 Kg de composto orgânico
* 200g de farinha de ossos
* 100g de torta de mamona

Espalhe a mistura em volta das plantas e incorpore-a ao solo.



REGA

Logo após o plantio das mudas e até a primeira florada, regue com moderação, mas diariamente. Depois disso, recomenda-se regar uma vez por semana no inverno e duas vezes por semana no verão. Na temporada de chuvas é possível até suspender as regas. Um lembrete importante: a terra deve permanecer ligeiramente seca entre uma rega e outra.

1. Evitar sempre o encharcamento: Uma roseira encharcada corre um grande risco. O excesso de água é um grave problema para a maioria das plantas; as raízes apodrecem e morrem. Este é um erro muito freqüente dos jardineiros: regar em demasia.

2. É aconselhável regar pela manhã ou ao entardecer: Não o faça durante as horas de maior calor do dia.

3. Não molhe nem flores nem folhas, pois isso favorece as enfermidades por fungos, o maior problema das roseiras. Faça a rega ao pé da planta, com mangueiras (se plantadas em jardim) ou regador.

As regas devem ser profundas. É melhor do que estar continuamente regando com pequenas quantidades. Além disso a rega espaçada favorece que se desenvolvam potentes raízes em profundidade. Isto sempre é bom, porque a roseira torna-se mais forte e auto-suficiente no caso de não poder ou não querer regar.



PODA

A primeira poda deve ser feita cerca de um ano após o plantio e repetida todos os anos, entre os meses de julho e agosto. Os dias frios do inverno são ideais para se fazer a poda das roseiras, tão importantes para incentivar o surgimento de novos brotos e aumentar a floração. Entre os meses de julho e agosto, faça a poda das roseiras sem dificuldades.

A maioria das plantas necessita de podas regulares para que seu crescimento e desenvolvimento ocorram satisfatoriamente mas, sem dúvida, para as roseiras elas são indispensáveis e devem ser feitas anualmente. O período propício para se proceder a poda das roseiras é durante o inverno, entre os meses de julho e agosto. Isto porque, as roseiras entram numa espécie de sonolência quando a temperatura cai para próximo de 10ºC.

Muito se fala, ainda, a respeito da "lua certa" para se fazer as podas. Não existe nada comprovado a respeito, todavia, não custa nada ajudar a natureza e podar as roseiras sempre na lua minguante, considerada a mais adequada.



Podas diferentes para cada tipo

Existem vários tipos de roseiras e, evidentemente, uma poda especial para cada tipo:

Poda Baixa: Ideal para rosas-rasteiras, híbridas-de-chá , sempre-floridas, miniaturas e biscuit. É considerada a poda mais drástica. Deve ser feita também, de tempos em tempos, nas roseiras trepadeiras, cercas-vivas e arbustivas, para rejuvenescer as hastes e favorecer uma floração abundante. Para realizá-la, comece fazendo uma limpeza, cortando todos os galhos secos, velhos, fracos e mal formados. A seguir, corte todas as ramas a uma altura de 20 a 25 cm, tendo como base o ponto de enxerto. Para favorecer a brotação, faça o corte em diagonal, sempre 1 cm acima da gema mais próxima.

Poda Alta: Recomendada para cercas-vivas e roseiras arbustivas. Primeiro faça uma limpeza de todos os ramos velhos, fracos e mal-formados. Depois, tomando como base o ponto de enxerto, faça a poda na altura de 80 cm a 1 metro. Deixe as hastes mais fortes um pouco mais longas e procure manter uma altura adequada ao local onde a roseira está plantada. Este tipo de poda pode ser usado também para as roseiras trepadeiras e silvestres, só que um pouco mais suave.

Poda Parcial: Indicada para roseiras silvestres e trepadeiras, que produzem hastes longas, com 3 a 4 metros de comprimento. Durante o primeiro ano de crescimento, estas hastes não florescem, sendo o período ideal para educar seu crescimento. Comece fazendo a limpeza das hastes secas, velhas e fracas. A seguir, poda-se as outras hastes, na medida de 1/3 de seu comprimento total. O restante da haste deve ficar preso ao tutor, em forma de arco, para que todas as gemas aparentes possam brotar.


Licores

Licores e Cordiais: Pensa-se, erradamente, que existe uma grande diferença entre um licor e um cordial.
De facto, ambas as palavras querem dizer a mesma coisa: bebida açucarada, alcoólica, feita de espíritos redestilados ou misturados, a que se adicionam aromatizantes e corantes.

Licor é a palavra mais usada na Europa.
Na América preferem a palavra cordial.
Em Inglaterra, por exemplo, a palavra cordial é usada para descrever bebidas não alcoólicas, mas aromáticas e doces, como o Lime Juice Roses, que trás no rótulo a palavra cordial.
Dizem-nos alguns estudos sobre esta matéria que a palavra cordial se começou a aplicar nas bebidas doces porque eram consumidas em ambiente cordial e amigável.

Vamos deixar para trás, deliberadamente, a palavra cordial e apenas usaremos o termo licor.
Como já foi dito os licores são obtidos a partir de um espírito (álcool, aguardente vínica ou outro), aromatizantes e açucarados, ervas, frutos, raízes, especiarias e flores. Esta definição parece dizer tudo mas, no entanto, é quase nada, tal é a imensidão deste tema.

O aparecimento dos licores remonta de tempos imemoriais. Consta que já nas tumbas, do velho Egipto, foram encontradas receitas de licores que eram usados como digestivos e como produtos medicinais, especialmente nos problemas do estômago.

Os monges e alquimistas faziam destilações, em atmosfera de magia, tentando descobrir um elixir que lhes desse a eternidade.
Consta que este sistema contribuiu para o aparecimento de muitos licores que são hoje famosos, especialmente alguns feitos à base de ervas.

Na época medieval, os famosos cozinheiros de então usavam os licores como aromatizantes, para disfarçar o aroma das carnes em más condições, assim como de alguns vegetais. Devido à sua doçura eram muito usados em bolos de creme e sobremesas.

No século XV, os italianos apareceram a liderar o «mundo» dos licores, particularmente famosos entre as senhoras e usados para os mais variados fins.
Eram tomados pelas mulheres quando estavam prestes a dar a luz; as ervas usadas serviam como medicina e o álcool como primeira anestesia.
As raparigas da época quando estavam interessadas em cativar o apaixonado ofereciam-lhe um especial licor afrodisíaco.

O licor nos tempos modernos

A imagem de fabrico e consumo dos licores começou a mudar bastante a partir de 1920. Em 1930 houve grandes mudanças graças à acção das relações-públicas dos importadores e fabricantes.
O creme de menthe frappé foi promovido a bebida da moda, em 1960.
Em 1970 a casa GALLIANO popularizou o famoso Harvey Walbenguer. E foram atitudes deste género aliadas à acção dos barmen que criaram nas pessoas uma nova maneira de consumir licores, marcando assim uma época.

De que são feitos os licores

Entram no fabrico dos licores, como aromatizantes, os seguintes produtos: plantas (manjericão, hissopo, hortelã, erva-cidreira, alecrim), flores (camomila, alfazema, alecrim, rosa, laranjeira, etc.), frutos (banana, maracujá, morango, laranja, tangerina, medronho, cereja, groselha, melão, tâmara, pêra, kiwi, pêssego, apricot, amêndoa, etc.), cascas de árvore (quina, canela, sândalo), raízes (angélica, aipo, genciana, cenoura), sementes (anis, damasco, café, cacau, zimbro, pimenta, nozes, baunilha, etc.), açúcar (açúcar de cana, beterraba, mel e sumo de uvas concentrado).

Classificação: os licores classificam-se segundo a variedade de produtos com que são fabricados:
a) Licores à base de plantas
b) Licores à base de frutos
c) Licores à base de essências
d) Licores à base de natas (este grupo de licores é recente, assim como o aparecimento dos
dos Cream Liqueurs: Bailey's, Carolan's, Emmets, Royal Tara, etc.).

Quanto ao método de fabrico agrupamos os licores do seguinte modo:
a) Por destilação (licores à base de plantas)
b) Por infusão/maceração (licores à base de frutos)
c) Por extractos ou essências
d) Por adição de natas (cream liqueurs)
Os métodos de fabrico podem ser a frio ou a quente.

Destilação

Pode ser usada a destilação por álcool ou por água.

Destilação por álcool: É um processo, normalmente, executado num pequeno alambique de cobre. O agente aromático é embebido em álcool por algumas horas e colocado no alambique, onde lhe é adicionado álcool.
Desta destilação apenas uma parte do licor destilado é aproveitada, voltando o resto a ser redestilado em nova «Jornada».

Destilação por água: Este método é usado para ervas e flores muito delicadas. São embebidas em água e só depois se procede à sua destilação suave, em alambique. Este procedimento permite preservar os aromas. A esta água destilada e aromática junta-se álcool puro (espirituoso).
Por este processo são feitos alguns dos mais famosos licores existentes no mercado.

Infusão/Maceração

O processo de infusão pode ser feito a frio ou a quente. Quando é feito a frio as frutas são esmagadas e colocadas num recipiente de água fria por um período de tempo que pode ir até um ano. Após este período o líquido é filtrado e adicionado a álcool neutro.

As fases deste processo de fabrico:
a) Homogeneização
b) Repouso (em recipiente de vidro por algumas semanas)
c) Refrigeração
d) Filtragem (através de carvão ou outros sistemas)
e) Engarrafamento.

Extractos ou Essências

É o método mais usado no fabrico dos licores por ser mais económico e prático. Talvez, por isso, a qualidade destes licores seja inferior a de outros obtidos por processos diferentes.
Nos licores fabricados por este processo entram os seguintes elementos: água, álcool, açúcar, essências, corante.

Adição de Natas

Este tipo de licor apareceu recentemente. Embora o creme (natas) já fosse usado em imensas composições de bar, só a partir do ano de 1975 a firma irlandesa R.A. Bailey aperfeiçoou a técnica de combinar um espírito com as natas sem que estas azedassem. Como resultado desta experiência apareceu o famoso Bailey Irish Cream.
Este tipo de licor considerado tecnicamente como «Cream Liqueurs» não deve ser confundido com os «créme liqueurs».

Os créme liqueurs não incluem natas na sua composição. Exemplos: creme de banana, creme de menthe.

Os «cream liqueurs» são de mais baixo teor alcoólico que os outros licores.
Ex.: o Bailey e o Emmets, 17%.

A Lei Portuguesa sobre licores

A lei portuguesa obriga a que os licores obedeçam aos seguintes requisitos, segundo o art. 4.º do Dec. Lei n.º 257/87 de 25 de Junho:
1 ) Teor alcoólico em volume, a 20ºC:
a ) Nos licores com leite, natas ou ovos - mínimo 15%.
b ) Nos outros licores - mínimo 20%.
2 ) Açúcares totais:
a ) Nos licores creme (natas/ovos) - mínimo 420 gr/l.
b ) Outros licores - mínimo 105 gr/l.

Como se servem licores

A maneira mais simples de servir as deliciosas bebidas que são os licores é a mais usual, numa tulipa própria (cálice a licor), após as refeições e como digestivo.

Coffee Drinks: são usados vários licores para confeccionar os chamados «coffee drinks», bebidas que em Portugal poderemos chamar, talvez, «cafés especíais».
Alguns exemplos dos licores utilizados nestas bebidas: Tia Maria, Kahlua, Strega, Benedictine, etc.

Frappés: frappé é uma forma de servir alguns tipos de licores (especialmente nas tardes soalheiras de verão), em copo tipo old fashioned ou taça dupla a cocktail, com gelo moído e palhinhas, são o «ingrediente» ideal para servir licores frappé.

On-the-Rock's: é já muito frequente beberem-se licores com gelo, aconselhável: 2 a 3 pedras de gelo.

Como são feitos os licores

Alguns exemplos sobre a composição de alguns licores, especialmente a sua base.
É bastante difícil saber a composição de certos licores devido ao cuidado que existe em manter a sua fórmula em rigoroso segredo.

Advoocat: Licor de origem holandesa, mas também fabricado em diversos países. A sua graduação alcoólica é de 17º. Em Portugal este licor tem uma graduação alcoólica de 20º. O líder no mercado do Advoocat é o Warninks, gastando-se no seu fabrico 60 milhões de ovos por ano. Entre nós o mais conhecido é o Bols.

Amaretto: É um licor italiano de uma certa categoria especial. O seu aroma é facilmente identificável com amêndoas, no entanto, apenas entram no seu fabrico 10% de amêndoas amargas e 90% de caroços de damasco. Segundo a história deste licor, a receita do Amaretto foi inventada por uma jovem viúva para oferta ao pintor para quem posou, Benardino Luini, e por quem se apaixonou.

Amarguinha: Licor nacional, à base de amêndoa amarga. É a nova versão da amêndoa amarga. É um licor de origem algarvia. Graduação: 20º.

American Cream: É um licor da família dos "cream liqueurs", no mesmo sistema e proporções do Bailey's, mas tendo como diferença o facto de ser feito com Bourbon. É fabricado pela firma Heublein.

Afrikoko: Este licor foi lançado recentemente no mercado europeu.
É originário da Serra Leoa e é feito à base de coco e chocolate.

Almendrado: Licor mexicano produzido pela firma produtora da Tequila José Cuervo. É à base de amêndoas.

Anis del Mono: É um licor de anis espanhol, fabricado na zona de Barcelona. Apresenta-se nos tipos doce e seco. Este licor foi bastante popular em Portugal há alguns anos atrás.

Anis Dómuz: É um licor de anis fabricado em Campo Maior, pela firma Azinhais Nabeiro. Apresenta-se nos tipos doce, seco e mel damas.
O Mel Damas, tal como o nome indica, tem como base o mel, é muito doce e de cor castanho-claro.

Anissete: O licor Anissete é produzido por imensas firmas que se dedicam ao fabrico de licores. No entanto, cremos que o original é fabricado pela Marie Brizard. Fabrica-se em França, mais exactamente em Bordéus, desde o século XVIII.

Apricot brandy ou apricot: A maioria das firmas fabricantes de licores têm um Apricot Licor na sua gama que costuma aparecer com a designação "Apricot Brandy" ou simplesmente "Apricot". Este licor é feito à base de damascos macerados e aguardentes vínicas, sendo-lhe adicionado caramelo e açúcar. Inicialmente a designação "Apricot Brandy" referia-se a uma aguardente mas, actualmente, esta designação é considerada e comercializada como um licor. Grad. alc. 20º.

Ashanti Gold: É um licor dinamarquês produzido pela firma Peter Heering Company. Apresenta-se com a cor castanho-escuro. Esta cor advém-lhe da sua base, o chocolate.

Atholl Rose: É um licor de origem escocesa feito a partir de whisky de malte, aveia, mel e natas.

Alota coffee: Este licor é bastante popular na Escócia. É uma versão dos Coffee Liqueurs (licor à base de café) e apresenta-se com 50º Proof (29º GL).

Aurum: É um licor feito na Itália, à base de aguardente envelhecida, algumas ervas e aromatizado com casca de tangerina. A sua graduação alcoólica é de 70º Proof (40º).

Batia: É um licor brasileiro feito à base de cereais, café e de paladar amargo-doce.

Bailey's Irish Cream: Licor irlandês feito em Dublin. No seu fabrico entram o Irish Whiskey, álcool neutro, chocolate e natas. A sua graduyação alcoólica é de 30º Proof (17º GL). Este licor foi dos primeiros a ser comercializado a nível dos cream liqueurs (licores à base de natas).

Beirão: É um licor potuguês fabricado na Lousã pela firma J. Carranca Redondo, a partir da maceração e destilação de 13 plantas aromáticas. A cor é obtida com a junção de caramelo.

Benedictine D.O.M.-Deo Optimo Máximo: Quer dizer muito bom, o melhor dos bons, o melhor dos grandes.
É um licor de grande qualidade e talvez um dos mais antigos do mundo.
Começou a ser produzido em 1510, na abadia de FECAMP, em França.
A origem deste licor deve-se aos monges dessa abadia que durante anos guardaram sigilosamente a sua receita.
Actualmente este licor é fabricado por uma firma particular (nada tendo em comum com o licor fabricado pelos monges) que se situa na zona da Normandia.
Sabe-se que este fabricante continua a guardar grande segredo sobre o Benedictine e também que em homenagem aos monges que inventaram a receita construiu a fábrica Benedictine, em réplica à abadia de Fecamp.
Devido ao sigilo que envolve este licor apenas se sabe que no seu fabrico entram várias dezenas de plantas, sendo usado o processo de maceração e destilação.
A sua graduação alcoólica é de 40º GL.

Ben Shalom: É um licor israelita feito a partir das famosas laranjas doces de Jaffa.

Blackberry: É um licor de origem inglesa mas com várias versões, especialmente na Polónia e Alemanha. Fabrica-se a partir de amoras. A sua graduação alcoólica é de 52º Proof (30º GL).

Brandymel: É um licor algarvio fabricado na zona de Portimão pela firma Cristinalda. Na origem do seu fabrico estão o medronho e o mel e não o Brandy, como erradamente se pensa devido ao nome. Apresenta-se numa cor âmbar e sua graduação alcoólica é de 40º GL.

Bronte: É um licor inglês produzido a partir de aguardente vínica, ervas e mel. Este licor originário de Yorkshire tem 34,5º como graduação alcoólica.

Cacau Mit Nuss: É um licor alemão fabricado com chocolate e avelãs, pricipalmente com aromatizantes. A sua graduação alcoólica é de 30º GL.

Carlsberg: É um licor amargo fabricado a partir de ervas seleccionadas e águas termais, produzido na Alemanha e ex-Checoslóvaquia.

Carolans Irish Cream: É um licor irlandês e faz parte do grupo dos Cream Liqueurs. Fabrica-se com whisky irlandês, natas e mel. A sua graduação alcoólica é de 17º.

Caraway (Kummel): Designação que os americanos dão ao Kummel. (Ver Kummel).

Cassis, creme de: Produzido desde o século XVI pelos monges de Dijon, em França. Inicialmente era considerado um remédio para várias doenças por ser muito rico em vitamina C.
É fabricado a partir de aguardente vínica e groselhas pretas. A sua graduação alcoólica varia entre os 17º e os 20º. Com ele se faz o famoso Kir Royale.

Cayo Verde: É um licor americano produzido a partir de limas (o chamado limão da Índia) e álcool neutro.

Cerasella: Licor italiano considerado um dos melhores licores de Itália. É feito à base de cerejas. Às cerejas juntam-se também algumas ervas que lhe dão um gosto rico e único.

Chautré: É um licor alemão, de cor castanha-clara e produzido a partir de Brandy e natas. Tem um acentuado sabor a Brandy.

Charleston Follies: É um licor francês à base de frutas diversas: papaia, manga, maracujá, pêssego, ananás. É de fraco teor alcoólico, 23º. Particularidade: a sua garrafa é em formato de shaker.

Chartreuse: É um licor francês de renome mundial feito à base de ervas e no seu fabrico entram 130 variedades.
Foi no ano de 1605 que um capitão às ordens do rei francês Henrique IV deu a receita deste licor aos monges da ordem de Cartucha, que por sua vez o começaram a produzir, segundo tudo indica, desde o ano de 1607 até 1901.
Nessa altura foram expulsos de França e montaram uma destilaria em Terragona, em Espanha.
Este licor foi inicialmente considerado como um "elixir para assegurar longa vida" e mais tarde apareceu então nos seguintes tipos:
Chartreuse Verde: O mais forte dos dois tipos conhecidos: 55,5º GL.
Chartreuse Amarelo: A este tipo é adicionada uma pequena quantidade de mel, que lhe dá um gosto diferente. A graduação alcoólica é de 43º GL.
Chartreuse Elixer Vegetal: Existe ainda este terceiro tipo de chartreuse que tem cerca de 80º GL. Vende-se em doses individuais e é considerado como um produto farmacêutico, especialmente recomendado para curar constipações comuns.

Cherry Brandy: Existem inúmeras versões deste licor em vários países.
É feito pela maceração de cerejas em álcool neutro ou aguardente e nalguns casos são-lhe adicionadas plantas para aromatizar.
Na classe dos Cherry Brandys incluímos também outros licores bem conhecidos, tais como: Cherry Marnier, Peter Herring (Cherry Herring), Cherry Karise, Cherry Rocher, Cherry Grants Morella (produzido com cerejas tipo morella), Cherry Bom (produzido em Portugal por J. Maria da Fonseca) e a famosa ginga de Alcobaça.
Os Cherry Brandys são produzidos com todos os tipos de cerejas mas é evidente que o seu sabor está em harmonia com o tipo de cerejas usado.
O Cherrry Brandy está para os ingleses equiparado ao Sloe Gin.
Usa-se muito em ocasiões especiais, como, por exemplo, as famosas batidas às raposas, onde é oferecido a cada participante o Cherry Brandy como um "mata-bicho", antes de iniciar a caçada.
A graduação alcoólica varia entre 23º e 25º GL.

Cherry Suisse: É um licor suíço também produzido a partir de cerejas e chocolate. É uma produção do grupo Seagram's e apresenta-se numa linda garrafa de porcelana. A mesma firma produz um outro licor, chocolate-Suisse, que tem pequenos pedaços de chocolate a flutuar.

Chesky: Licor francês da família dos Cherry-Liqueur, tendo como aguardente base o whisky.

Chococo: Licor à base de chocolate e coco.

Chocalu: Licor mexicano feito à base de cacau. Tem uma particularidade interessante: se no rótulo desta garrafa figurar a palavra "chouao" quer dizer que os grãos de cacau são de origem venezuelana e não mexicana.

Citronen-eis: É um licor de origem alemã produzido a partir de sumo de limão e casca. A palavra Eis (gelo em alemão) significa que o licor deve ser servido com gelo.

Cointreau: É um licor francês dos mais famosos do mundo, cujo aparecimento se deu no século XIX pela mão dos dois irmãos Cointreau.
Hoje ainda é a família Cointreau quem domina a firma com o mesmo nome, com sede em Anvers, França.
A sua produção faz-se a partir de cascas de laranjas amargas das "West Indies" e de cascas de laranjas doces espanholas.
Para melhor apuramento de qualidade o Cointreau é de dupla destilação.
A sua graduação alcoólica é de 40º GL.

Cordial Campari: É um licor italiano obtido a partir da destilação de framboesas e que se apresenta incolor.

Cocoribe: Licor obtido a partir de coco e rum da Jamaica.

Creme de Banana: É um licor muito conhecido e vários países têm a sua versão "creme de banana". Os franceses foram talvez os primeiros a produzi-lo e, durante muitos anos, a partir de bananas das Caraíbas. É produzido através da maceração das bananas e pura aguardente neutra.

Creme de Cacau: Também este licor é fabricado pela a maioria das firmas produtoras de licores. Apresenta normalmente uma cor castanho-escuro, ou incolor quando é utlizada a baunilha. Como o nome indica é produzido a partir de cacau. A sua graduação alcoólica varia de 27º a 30º.

Creme de Fraises: É um licor francês produzido à base de morangos.
A graduação alcoólica é de 30º GL.

Creme de Mandarine: É um licor feito à base de tangerinas e, também a exemplo de outros licores, é fabricado por diversas firmas produtoras de licores, com maior incidência na Holanda, França e Dinamarca.

Creme de Menthe: (Pippermint). É um licor de origem francesa, embora também se fabrique em diversos países. Obtém-se a partir de álcool de cereais e de hortelã. Normalmente apresenta-se em duas cores: verde e branco. A sua graduação alcoólica é de 30º GL.

Creme de Mokka: É um licor francês produzido à base de café (tipo Mocca) e também de algumas ervas seleccionadas. Apresenta-se com cor castanha-escura..

Creme de Noyau: Este licor é produzido por várias firmas produtoras de licores, no entanto, o mais conhecido é o francês. É feito a partir de caroços de pêssego e damasco. Apresenta-se, variavelmente, com cor rosada. A sua graduação alcoólica é de 31,5º GL.

Creme de Noix: Licor francês produzido a partir de nozes verdes do sueste francês. Em alguns casos, este licor é misturado com outro obtido a partir de ameixas secas.

Creme de Baunilha: É um licor francês bastante aromático e suave, feito a partir de baunilha.

Creole: Licor de coco e rum produzido pela Bols, 24º vol.

Cuarenta-y-Tres: Licor espanhol produzido na zona de Cartagena há centenas de anos.
A sua cor é amarelo-dourado.
Deve o seu nome à quantidade de ervas que entram na sua composição, precisamente quarenta e três.
A sua graduação alcoólica é de 31,5º GL.

Curaçau: É um licor de origem holandesa bastante conhecido e muito usado, especialmente na confecção de cocktails.
É produzido a partir de cascas de laranja azedas, das ilhas Curaçau.
Curaçau é o termo que se aplica a quase todos os licores feitos à base de infusão de cascas de laranja.
Quando há uma terceira destilação chama-se tríple-sec. No entanto, alguns fabricantes deste licor já não insistem na designação tríple-sec no rótulo, porque em alguns países o tríple-sec aparece numa versão muito doce, o que contraria em absoluto um Curaçau.
O licor Curaçau apresenta-se para além de incolor, verde, vermelho, azul e castanho-claro.

Drambuie: É um licor escocês feito à base de Whisky velho/Blended, açúcar e mel aquecido e aromatizado com ervas.
Produz-se na famosa ilha de Skye, desde 1745, embora a sua comercialização, em termos industriais, apenas se tivesse começado a efectuar a partir de 1906.
Julga-se também que grande parte da sua produção é feita numa destilaria própria de Edimburg.
Apresenta-se em cor dourada e a sua graduação alcoólica é de 40º GL.

Dopio Cedro: É um licor italiano com sabor a limão e produzido pela casa Galliano.

Elixir D'Anvers: É um licor belga criado em 1863, feito à base de ervas e sementes. Tem um sabor amargo-doce e apresenta-se em cor amarelo-dourado. A sua graduação alcoólica é de 34,5º GL.

Elixir da China: É um licor italiano produzido à base de anis e quinino. É bastante doce e apresenta-se incolor.

Ensian Calisay: É um licor espanhol produzido na região da Catalunha. Obtém-se a partir de uma complexa mistura de ervas e quinino e é envelhecido em cascos de Canadian Whisky.
Normalmente designa-se apenas por Calisay. A sua graduação alcoólica é de 32º GL.

Enzian Liqueur: É um licor da Bavaria. Produz-se a partir de plantas de Genciana dos Alpes.
É considerado um licor estomacal, sendo usado frequentemente para cura de dores abdominais.
Este licor produz-se também na Suíça sob a mesma designação e em França com o nome de Suze.

Escarchado/Anis: É um licor feito à base de anis e apresentado numa garrafa que contém um ramo de anis no interior.
Este licor é muito doce e o açúcar cristalizado aparece no ramo do anis dando-lhe aspecto de uma árvore de cristal.

Filtar: É um licor produzido na ilha de Chipre.
Pertence ao tipo curaçau e apresenta-se normalmente numa linda garrafa de pedra, tipo jarro.

Fior D'Alpi: Licor produzido nos Alpes italianos a partir de ervas e plantas provenientes dos Alpes.
É apresentado numa garrafa alta contendo no seu interior um ramo onde o açúcar se cristaliza, assemelhando-se a um ramo de uma árvore de Natal.

Forbiden Fruit: É um licor americano produzido à base de Whisky, a que são adicionados extractos de toranja, casca de laranja e mel.
Este é um dos mais famosos licores na América e a sua graduação alcoólica é de 32º GL.

Fraises des Bois: Licor francês produzido a partir de morangos selvagens, bastante doce. A sua graduação alcoólica é de 30º GL.

Framboise Sauvage: Licor francês produzido a partir de framboesas selvagens. Apresenta-se numa cor pink (rosada). A sua graduação alcoólica é de 30º GL.

Framboise, Creme de: Licor francês produzido a partir de framboesas. A sua graduação alcoólica é de 30º GL. (Não confundir este licor com a existência da aguardente Framboise).

Frangelico: Licor italiano produzido à base de avelãs. Grad. Alc. 24º.
Particularidades: apresenta-se em garrafa imitando um frade.

Freesomint: É um licor francês que pertence à classe dos "Creme de Menthe". Apresenta-se com cor verde e, como o nome indica, produz-se a partir de hortelã-pimenta. A sua graduação alcoólica é de 27º GL.

Galliano: É um licor italiano obtido a partir de plantas dos Alpes.
Pertence ao grupo dos licores de fórmula secreta, pois apenas se sabe que entram na sua composição mais de trinta plantas diferentes, raízes, bagas e pétalas de flores para aromatizar.
O nome deste licor foi-lhe dado no ano de 1896, em homenagem a um oficial italiano, Major Galliano, que esteve sitiado num forte durante 44 dias. A sua graduação alcoólica é de 35º GL.

Gaetano, creme liqueur: É um licor americano produzido pela destilaria Jim Beam, obtido a partir de Whiskey e natas.

Galweiss: É um licor irlandês obtido a partir de Whiskey irlandês, plantas, mel e café.

Glayva: É um licor escocês produzido a partir de Whisky, aromatizado com plantas e também com mel aquecido. Este licor começou a ser produzido mais a sério no ano de 1947. A sua graduação alcoólica é de 35º GL.

Glen Mist: É um licor irlandês produzido a partir de Whiskey irlandês, mel, plantas e especiarias. O seu paladar é mais seco do que os licores similares produzidos na Escócia, o que lhe dá uma característica especial. É colocado em cascos para "amaciar" durante alguns meses antes de ser comercializado.

Goldwasser: É um licor alemão produzido em Danzing desde 1599.
O nome da cidade onde foi produzido serve para o identificar, por isso se pode ler nos rótulos "Danzing Gold Wasser". Actualmente produz-se em Berlim. Obtém-se a partir de anis e alcaravia (caraway). Apresenta-se incolor e com pequenas partículas douradas que flutuam na garrafa.
A sua graduação alcoólica é de 40º GL.

Grand Marnier: É um licor francês conhecido mundialmente e obtido a partir de laranjas amargas do Haiti, de Cognac e de aguardente vínica.
A sua produção começou no ano de 1880 pela família de Louis Alexandre Marnier-Lapostolle, que conseguiu uma boa combinação de laranjas do Haiti e Cognac.
Hoje, o Grand Marnier, embora se fabrique com outro tipo de laranja e segundo métodos mais avançados, continua a ter um nome respeitado em todo o mundo.

Apresenta-se em duas versões:
Cordon Rouge: obtido a partir de Cognac, apresenta-se numa cor laranja-escura e é colocado em cascos pelo menos dezoito meses antes da sua comercialização. Graduação alcoólica: 38,5º GL.
Cordon Jaune: incolor, obtido de aguardente vínica, muito semelhante a um tríple-sec. O Grand Marnier pertence à família dos Curaçau, mas com uma grande diferença dos mesmos.

Grand Marnier Creme: É um produto da família dos Cream Liqueurs, à base de Cognac e natas. Grad. alc. 17º.

Losna ou Absinto: medicinal ou tóxica?


Por: Rose Aielo Blanco

Conhecida como losna ou absinto, a "Artemisia absinthium L." apresenta
substâncias poderosas que tanto podem curar como intoxicar.
Conheça melhor esta planta antes de usá-la.

Quem já provou um chá de losna conhece a principal característica desta planta: o sabor amargo. E dizem que essa característica foi até citada num provérbio de Salomão que teria declarado: "a infidelidade, ainda que possa ser excitante e doce no seu início, costuma ter um fim amargo como a losna".
Na Grécia Antiga esta planta era dedicada à Ártemis, deusa da fecundidade e da caça. Daí a origem de seu nome científico. Popularmente, a losna também é conhecida como absinto, erva-do-fel, alenjo, erva-de-santa-margarida, sintro e erva-dos-vermes. As propriedades aperitivas (estimulante do apetite), vermífugas e estomacais explicam o uso da planta no preparo do vermute e do licor de absinto, entretanto, vale lembrar que a presença de uma substância tóxica - a tuinona - pode produzir efeitos altamente perigosos. Em doses elevadas, os chás e outros preparados a partir desta planta podem provocar tremores, convulsões, tonturas e até delírios. No século XIX, registrou-se vários casos de intoxicações e até mortes provocadas pelo uso de um licor obtido pela maceração do absinto em álcool. Na maior parte das vezes, o licor de absinto era usado como alucinógeno e não com finalidades medicinais.

A "fada verde"
O licor de absinto era muito apreciado por famosos poetas e artistas como Van Gogh, Rimbaud, Baudelaire e Toulouse-Lautrec, entre outros. Ao que tudo indica, aquele destilado de ervas cor verde-esmeralda, também chamado de "fada verde", seria o responsável pelo comportamento bizarro de Van Gogh. E, recentemente, pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos EUA, identificaram nas substâncias presentes nos destilados preparados com losna ou absinto, propriedades capazes de causar convulsões, alucinações, surtos psicóticos; dependendo da dosagem. Além disso, os estudos demonstraram que o uso crônico pode provocar danos neurológicos permanentes.
A combinação entre a dosagem de álcool e as substâncias presentes nesta planta pode ser perigosa e, por essa razão, a maioria dos especialistas costuma recomendar o uso da losna ou absinto na forma de infusão (no máximo duas xícaras de chá ao dia) e evitar a extração do sumo por maceração.
Planta pertencente à família das Compostas, originária da Europa, a losna (Artemisia absinthium L.) é uma planta herbácea, perene (cultivada muitas vezes como anual), que alcança de 1 a 1,20 m. de altura. Produz folhas recortadas, de coloração verde-acinzentada e flores amarelas, bem miúdas e reunidas em pequenos cachos. Em algumas regiões do Brasil a floração da planta é difícil, principalmente em locais muito quentes ou com sol intenso; por isso, para finalidades medicinais costuma-se utilizar mais as folhas do que as flores.
Também é muito importante lembrar que a losna ou absinto (Artemisia absinthium L.) não deve ser confundida com outra planta muito conhecida: o abrótano (Artemisia abrotanum L.) que apresenta folhas mais finas e sabor agradável.

Cultivo e colheita
A losna se propaga por meio de sementes, por divisão de touceiras ou por estaquia. O solo ideal para o cultivo deve ser argilo-arenoso, fértil e profundo. Para o plantio em vasos ou jardineiras, é essencial garantir uma profundidade de 30 cm, mais ou menos. A planta é muito resistente a doenças, raramente é atacada por insetos, porém, é essencial a retirada de ervas daninhas que podem prejudicar o seu desenvolvimento. Recomenda-se cautela com a aplicação de adubos ou fertilizantes (naturais ou químicos), pois o excesso pode prejudicar o aroma da losna. A adição de composto orgânico em doses controladas favorece o cultivo.
Se a finalidade da colheita for as folhas, deve-se retirá-las aos primeiros sinais da formação dos futuros órgãos de reprodução, para evitar a perda dos princípios ativos. Caso a finalidade seja obter as flores, a colheita deve ser realizada assim que estas começam a se formar, pois a planta permanece florida por cerca de sete dias e, após esse período, as flores se tornam muito sensíveis, desmanchando-se e caindo com facilidade. Para melhor conservação, a losna pode ser armazenada seca: coloque as folhas e flores estendidas em local ventilado, longe da exposição aos raios solares e depois guarde em caixas de madeira, de preferência.

Usos e cuidados
Os componentes responsáveis pelo uso medicinal da losna ou absinto são: um óleo essencial (vermífugo e emenagogo), absintina (responsável pelo sabor amargo), resinas, tanino, ácidos e nitratos. Como planta digestiva e aperitiva, sua ação se dá pelo estímulo à salivação e à produção de sucos gástricos e, por essa mesma razão, não é recomendada para pessoas que apresentam problemas como úlceras e gastrite.
Usada corretamente e sem excessos, a infusão da losna pode aumentar a secreção biliar, favorecendo o funcionamento do fígado e, ingerida meia hora antes da refeição, pode agir como estimulante do apetite e auxiliar da digestão.
Quanto aos cuidados, não é recomendável o uso por mulheres grávidas e crianças. Além disso, a maceração da planta com álcool, segundo alguns estudos já realizados, apresenta graves perigos, podendo provocar dependência, alucinações e convulsões.

Curiosidades: A palavra "vermute" tem tudo a ver com a losna: significa "warmwurz", ou seja, "raiz quente" e é o nome da losna em alemão. Já em grego, a palavra losna significaria "privado de doçura". A medicina popular desaconselha o uso da losna por mulheres em fase de amamentação, pois a planta "torna o leite amargo".
O absinto é famoso desde tempos muito antigos, pelas suas virtudes medicinais, sendo inclusive citado num papiro egípcio que data de 1.600 a.C.

Para saber mais: "Plantas Aromáticas e Medicinais", de Igor Francisco Von Hertwig. Ícone Editora.

Rose Aielo Blanco é jornalista especializada em jardinagem, paisagismo e ecologia, além de editora do Jardim de Flores

Erva de São João - sumidades floridas (Hypericum perforatum)


Descrição antiga
(in: PLANTAS QUE CURAM, abade Charles Tierry, sem data)

Também conhecida por Erva de S. João, Milfurada e Hipericão Ordinário. Empregam-se as extremidades como vulnerárias e adstringentes.
Esta Planta misturada com liquen e hera terrestre é excelente no tratamento das enfermidades das vias respiratórias.
Também serve para fazer voltar a menstruação. Para isso bastam 30 gramas dentro dum litro de água fervente, durante dois minutos, e tomar meio litro por dia, quente.
Para cicatrizar as feridas e lavar as chagas, três vezes por dia. Para este fim empreguem-se também as flores maceradas, 5 dias, dentro de alcool de 20 graus, e lavem-se depois as chagas com este liquido duas vezes ao dia.
O Hipericão Celhado e o Hipericão Quadrangular, têm as mesmas propriedades terapêuticas do Hipericão Ordinário.


Monografia
Comissão Alemã

Tradução de Herbal Drugs and phytopharmaceuticals

Usos

Internamente: Perturbações psíquicas, estados depressivos, ansiedade e/ou excitamento nervoso. Preparações de óleo de hipericão para problemas de dispepsia.
Uso externo: Preparações de óleo de hipericão para o tratamento de feridas e contusões, mialgias e queimaduras do primeiro grau.

Contra-indicações

Não conhecidas.

Efeitos secundários

Pode aparecer fotosensibilidade, especialmente em pessoas de pele muito branca.

Interações com outros medicamentos

Não conhecidas.

Posologia

Se não prescrito de outra forma, tomar uma dose média diária de 2-4 g de planta ou 0,2-1,0 mg total de hipericina.

Modo de Administração

Planta cortada ou em pó, preparações líquidas ou sólidas para uso oral. Preparações líquidas ou semi-sólidas para uso externo. Preparações com óleo para uso externo ou internamente.

Efeitos

Existem inúmeros relatórios médicos referentes à planta e seus preparados que indicam um efeito anti-depressivo suave. Foi demonstrado experimentalmente que a hipericina é inibidor das mono-amino-oxidases. As preparações de óleo de hipericão têm actividade antiflogística.

Folheto Informativo
Licença Padrão Alemã

Tradução de Herbal Drugs and phytopharmaceuticals

Usos

Tratamento de suporte no excitamento nervoso e nas perturbações do sono.

Contra-indicações

As preparações de erva de São João não devem ser usadas em casos conhecidos de fotosenssibilidade.

Efeitos secundários

Ocasionalmente, especialmente em pessoas de pele muito branca, pode ocorrer fotosensibilidade. Assemelha-se a uma inflamação provocada por queimadura solar, nas partes da pele expostas a sol forte.

Posologia e Modo de Administração

Preparar uma infusão com 150 ml de água e 1-2 colheres de chá de erva de São João durante cerca de 10 minutos e passar por filtro para chá.
Se ão prescrito de outra forma, beber uma ou duas chávenas de chá, recentemente preparado, de manhã e à noite.

Duração do tratamento

Usualmente, para produzir efeitos, é necessário tomar durante períodos de várias semanas ou meses.

COMO CRIAR GUIRLANDA PARA O NATAL

COMO CRIAR GUIRLANDA PARA O NATAL


Magia para criar sua Guirlanda de Natal!

A vantagem de criar a sua própria Guirlanda é que a energia que você vai colocar em sua criação, vai energizar sua entrada no Ano Novo.

A técnica de montagem uni especiarias que trazem um resultado surpreendente de boas energias para proteger você, sua família e sua casa.

Você vai criar o visual combinado com suas necessidades, assim além de decorar, vai curar o ambiente.

O material usado para montar a guirlanda é barato e simples.

Da lista sugestiva de materiais à seguir, tirando o cipó que você compra em floriculturas, o restante você encontra em sacolão, feiras e mercados.

A montagem é super simples. Basta torcer duas ou três tiras de cipó e emendar as extremidades formando um circulo.

Em seguida você posiciona os ingredientes escolhidos previamente em toda volta para ter uma base da disposição.

Então, com cola quente em pequena quantidade para não ficar grosseiro, você vai colando um a um e observando se esta ficando do seu agrado.

Enfeite também com laços de tecido com as cores verde e vermelho.

Com a criatividade de sempre, sua guirlanda vai ficar maravilhosa e cheia de energia boa.

Lembre-se de fabricá-la no seu melhor bom humor!

Para cada material, você tem um significado:

ALHO: Contra a inveja.

ANIS: Sexualidade.

CAFÉ: Fartura.

CANELA: Transmite harmonia.

CIPÓ: Força.

CRAVO: Equilíbrio.

GUARANÁ: Energético.

LENTILHA: Atrai fortuna.

LOURO: Sucesso.

PIMENTA: Combate a inveja e a fofoca.

SOJA: Saúde.

TRIGO: Prosperidade.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Feitiços e rituais simples com plantas e ervas




Muitas plantas podem ser facilmente empregadas na magia com várias finalidades. Saiba como utilizá-las a seu favor através destas dicas rápidas.

► Enfeite sua sala com 5 flores de girassol para ganhar dinheiro.

►Espada-de-São-Jorge na porta de casa afasta os espíritos ruins.

► Lírio-da-paz no chão do quarto filtra as energias negativas.

►Ter um vaso de arruda com guiné traz proteção contra a inveja e filtra as energias negativas.

►Pinheiro defende contra o mau olhado.

►Rosas Vermelhas propiciam saúde.

►Quando você tiver uma festa em sua casa, depois da festa varra o chão e jogue o pó em um vaso de arruda para tirar energias nocivas trazidas pelos convidados.

►Para ter um emprego bom e encontrar um amor, tenha um vaso de Amor-Perfeito em casa.

►Para resolver problemas amorosos, principalmente com amores mal resolvidos, tenha uma Azaléia em casa.

►Para prosperidade no amor, sempre tenha no criado-mudo um vasinho com 3 rosas der cor salmão ou a plantinha brinco-de-princesa dentro de casa.

►Para trazer abundância à sua casa, plante um pé de bananeira em seu jardim ou pátio.

► Se tem pessoas bravas e briguentas na casa, plante um pé de jasmim.

►Figueira clareia os caminhos.

►Laranjinha Karkan traz saúde.

►A lavanda acalma. Para dormir, aplique 10 gotas de essência de lavanda no travesseiro.

►Alecrim purifica o ar e afasta maus espíritos.

► Rosa e jarmim para acalmar e aumentar a auto-estima.

►Chá de hortelã deve ser passado no chão do quarto para tirar as energias ruins, especialmente quando tudo na vida esta dando errado.

►Chá de alecrim é bom passar na cabeça para a queda de cabelo e também deve ser bebido para alegrar a alma de quem está triste.

►Se voce está nervoso, pegue uma maçã, corte em 4 pedaços e faça uma infusao por 20 minutos, usando-a em um banho.

As plantas proibidas para quem tem animais de estimação



Copo-de-leite e hortênsias: flores lindas, mas nocivas aos animais

Há algumas espécies venenosas que são muito fáceis de encontrar em jardins. Se tiver alguma, remova-a ou coloque-a em suportes de parede, bem longe do alcance do seu bicho. Veja a lista de plantas proibidas:

- Copo-de-leite

- Comigo-ninguém-pode

- Antúrio

- Flor-de-papagaio

- Hortênsia

- Espada-de-são-jorge

Se mora em casa com jardim e terra, use cercas para delimitar o espaço entre o piso e as plantas mais delicadas. Procure modelos de plástico, à venda em módulos de 50 cm. Quem tem cachorro pode investir numa faixa de jardim gramado. Assim, nem se nota o xixi dele, e ele pode brincar na terra sem estragar as demais plantas. Evite folhagens que se arrastam pelo chão e pode os galhos dos vasos baixos. Isso evita que o animal morda as folhas

Plantas Proibidos

De acordo com a Resolução - RDC nº 249, de 05 de setembro de 2002, que atualizou o Anexo I, Listas de Substâncias Entorpecentes, Psicotrópicas, Precursoras e Outras sob Controle Especial, da Portaria SVS/MS n.º 344, de 12 de maio de 1998, republicada no Diário Oficial da União de 1º de fevereiro de 1999, são sete as plantinhas condenadas à morte no território brasileiro:



LISTA - E
LISTA DE PLANTAS QUE PODEM ORIGINAR SUBSTÂNCIAS
ENTORPECENTES E/OU PSICOTRÓPICAS
1. Cannabis sativa L.. 3. Datura suaveolens Willd. 5. Lophophora williamsii Coult. 7. Prestonia amazonica J. F. Macbr.
2. Clavíceps paspali Stevens e hall. 4. Erythroxylum coca Lam. 6. Papaver Somniferum L.. .
.
ADENDO:
1) ficam também sob controle, todos os sais e isômeros das substâncias obtidas a partir das plantas elencadas acima.
2) a planta Lophophora williamsii Coult. é comumente conhecida como cacto peyote.



Diante disto, tenho algumas considerações a serem feitas:

1) A cannabis indica não é proibida em nosso território, seu uso é LIVRE. Esta afirmativa é bombástica, mas até provar que fucinho de porco é tomada, neguinho já foi em cana e teve muita dor de cabeça. Mas afirmo isto com certeza, pois neste caso não é cabível analogia, a interpretação deve ser sempre restritiva e se quem tem competência para fazer a lista de plantas proibidas não a inseriu, é porque não quis. Diga-se de passagem que aqui no Brasil as plantas não são proibidas por lei, mas atualmente é por uma simples resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Isto se deve que a famigerada lei 6368 é uma norma penal em branco, isto é, não diz o que é proibido, deixando isto a cargo do Executivo, em especial do citado órgão, conforme previsto em seus arts. 6 e 36.
2) Não é proibida no Brasil, mesmo que psicoativa, quaisquer outras plantas que não constem na lista acima, ou seja, só para citar como os exemplos mais comuns, é livre a Salvia Divinorum, o cacto San Pedro (que é de espécie distinta do peiote) e os demais cogumelos, pois só o Clavíceps paspali é proibido, assim é livre também o Amanita Muscaria e é claro, aquele famoso que tem em nossos pastos, o Psilocybe Cubensis.


É de se notar que para modificar esta resolução é muito simples, basta os tecnocratas da tal Diretoria se reunirem, que eles têm legitimidade para mudá-la segundo seus entendimentos pessoais.
Assim, não temos segurança nenhuma, amanhã poderemos acordar com uma publicação no Diário Oficial da União constando estas que mencionei aqui. Estas listas mudam sempre, é o que aconteceu com o lança-perfume, durante um tempo foi proibido, aí ficou um tempo fora da lista, depois voltou de novo, no fim, ninguém sabia se podia mais ou não.
Outro ponto que gostaria de chamar a atenção é que não é preciso uma lei para descriminalizar o uso da maconha, basta que a cannabis sativa seja retirada desta lista.
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sexta-feira, 6 de maio de 2011

99 FORMAS DE CORTAR, COSTURAR, FRANZIR E AMARRAR SUA CAMISETA, ...


Resumo do livro 99 FORMAS DE CORTAR, COSTURAR, FRANZIR E AMARRAR SUA CAMISETA, ...



Autor: Justina Blakeney & Faith Blakeney & Anka Livakovic
Editora: Senac
Ano de Lançamento: 2009
Número de Páginas: 214
ISBN: 9788573598179

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Plantas que curam... e que matam

Por que tanta gente acredita que ervas só fazem bem?
CRISTIANE SEGATTO
 Reprodução
CRISTIANE SEGATTO
cristianes@edglobo.com.br
Repórter especial, faz parte da equipe de ÉPOCA desde o lançamento da revista, em 1998. Escreve sobre medicina há 14 anos e ganhou mais de 10 prêmios nacionais de jornalismo

Quatro em cada dez americanos recorrem a algum tipo de terapia alternativa para cuidar da saúde. Um dos recursos mais procurados são os fitoterápicos, em forma de cápsulas ou chás. A informação faz parte de uma pesquisa divulgada pelo Centro Nacional de Medicina Complementar e Alternativa (NCCAM). Esse é um órgão do governo americano que pretende regulamentar o setor e submeter as terapias a estudos científicos.

É um esforço para lançar luzes numa área cheia de crenças infundadas. E também para comprovar e reconhecer os benefícios de práticas tradicionais que podem melhorar a qualidade de vida da população. Vinte e oito prestigiadas universidades, como Harvard, Columbia e Duke, participam dessa iniciativa.

Até recentemente, o casamento entre os tratamentos convencionais e as terapias alternativas parecia impossível. Havia radicais dos dois lados. O que se vê hoje nos Estados Unidos é uma tentativa de harmonizar as duas áreas. Esse esforço deu origem a um novo campo que tem sido chamado de medicina integrativa.

Há um movimento semelhante no Brasil - ainda que menos organizado. Não se sabe, por exemplo, quantos brasileiros consomem chazinhos e outras formas de fitoterapia ao mesmo tempo em que se tratam com medicamentos alopáticos. Não estranharia se uma pesquisa demonstrasse que mais da metade da população faz isso.

Temos no Brasil o costume de achar que tudo o que é natural é necessariamente benéfico. Sobre o hábito de tomar chazinhos da vovó para enfrentar os mais diversos incômodos, há um ditado bastante conhecido: “Se não fizer bem, mal não faz”. Essa ideia está arraigada na cultura nacional, mas é totalmente equivocada.

“É um erro pensar dessa forma. A natureza tem venenos poderosos”, diz o pesquisador João Ernesto de Carvalho, do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ele é especialista em Farmacologia e Toxicologia.

Carvalho faz um importante alerta: “Quase 100% das escolas médicas não tem a disciplina de fitoterapia”, diz. “Os médicos desconhecem as plantas medicinais e como elas podem interferir na ação dos remédios que eles receitam”, afirma.

Esse é um grande problema. As plantas medicinais interferem na forma como os remédios convencionais agem no organismo. Podem inibir ou exacerbar a ação deles. Alteram o metabolismo dos medicamentos. Eles podem perder a eficácia ou se acumular no organismo.

Nem os médicos, nem os pacientes se dão conta disso. Quem toma uns chazinhos ou umas cápsulas naturais não conta ao médico. Acha que a informação é irrelevante ou teme ser ridicularizado.

Precisamos aprender que essa informação pode fazer toda diferença. Alguns exemplos de interações perigosas entre ervas e remédios:

* A pata-de-vaca (Bauhinia forticata) é uma planta popularmente usada contra o diabetes. O chá dessa erva pode causar hipoglicemia no diabético. Sem saber que esse efeito é provocado pelo chá, o médico pode achar que é necessário reduzir a dose dos remédios. Se isso for feito e a pessoa parar de tomar o chá, os níveis de açúcar no sangue podem subir. “Essa oscilação pode trazer sérios danos ao tratamento e à saúde do paciente”, diz Carvalho.

* Cápsulas de alho (Allium sativum) têm efeito antihipertensivo, antitrombótico e antioxidante. São usadas para prevenir doenças cardiovasculares. Mas não devem ser consumidas por pessoas que tomam anticoagulantes orais e aspirina. Uma outra interação muito perigosa: cápsulas de alho podem reduzir a atividade dos antivirais usados no tratamento da aids.

* A erva-de-são-joão (Hypericum perforatum) costuma ser usada para ajudar a combater a depressão. Muitos pacientes de aids que sofrem de depressão costumam tomar chás dessa erva. Mas atenção: ela também reduz a concentração das drogas anti-HIV no sangue. O tratamento perde eficácia. É ou não é um assunto sério?

* O chá verde (Camellia sinensis) é usado como antioxidante e para ajudar a reduzir os níveis de colesterol. Mas não deve ser usado junto com drogas vasodilatadoras coronarianas ou com a teofilina, um broncodilatador pulmonar.

* O gengibre (Zingiber officinale) ajuda a reduzir náuseas e cólicas. Também estimula a circulação e a digestão. Mas pode provocar fortes reações gástricas. Também não deve ser usado junto com remédios anticoagulantes.

* O suco da toranja (Citrus x paradisi), também chamada de grapefruit, contém uma substância que inibe o metabolismo de remédios contra a hipertensão. Quem tem o costume de tomar esse suco frequentemente (o que é comum nos Estados Unidos) corre o risco de sofrer uma crise de hipertensão. E, provavelmente, vai culpar os remédios pela falha.

Esses são exemplos de algumas interações comprovadas pela ciência. Pode ser que existam muitas outras. O desconhecimento é geral. Carvalho acredita que a situação pode se agravar nos próximos meses. Em 2010, o Ministério da Saúde pretende lançar a Relação Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (Renafito). A ideia é estimular o uso desses produtos no SUS.

“Se a população e os médicos não forem muito bem orientados sobre o uso desses recursos naturais, é possível que muita gente venha a enfrentar problemas”, afirma Carvalho.

O Ministério da Saúde divulgou uma lista de 71 plantas que considera útil no tratamento de doenças. Agora está na fase de recolher evidências científicas da segurança e da eficácia dessas plantas. A divulgação da lista definitiva está prevista para julho.

“Vamos oferecer um curso aos médicos do SUS para que eles saibam quando e como adotar plantas e fitoterápicos”, diz Katia Torres, consultora do departamento de assistência farmacêutica e insumos estratégicos do Ministério da Saúde.

Os brasileiros - médicos e pacientes - precisam passar por uma mudança cultural, aprender a encarar as ervas de uma outra forma. Não devemos negar o valor dos recursos naturais nem desprezar o conhecimento tradicional dos indígenas e de outros grupos que nos ensinaram a combater tantos males. Precisamos, porém, reconhecer que o que é natural também pode fazer mal.

Até a Segunda Guerra Mundial, a maioria dos remédios era derivada de substâncias encontradas na natureza. Com o surgimento da síntese química, a forma como lidamos com os remédios mudou. É mais fácil observar e comprovar os efeitos colaterais dos medicamentos criados em laboratório. “Foi daí que surgiu a ideia de que os remédios sintéticos são uma coisa perigosa, cheia de efeitos indesejados”, diz Carvalho.

Esses efeitos colaterais existem e são muitos. Mas as plantas não são necessariamente inocentes ou inócuas. Elas também podem produzir graves efeitos indesejados. A diferença é que eles são desconhecidos ou desprezados. Posso dar um conselho? Se você é adepto do chazinho ou das cápsulas naturais não esconda esse fato de seu médico. Ele é muito relevante.

Você se trata com produtos naturais? Usa esses recursos junto com remédios convencionais? Queremos ouvir a sua opinião.

(Cristiane Segatto escreve aos sábados.)