sexta-feira, 3 de junho de 2011

Flores e plantas afrodisíacas


Por: Rose Aielo Blanco

Desde tempos muito remotos, flores e plantas em geral estão relacionadas a poderes mágicos. E nesse aspecto, um dos usos mais comuns tem sido como afrodisíaco. A imagem de belas feiticeiras preparando "poções do amor" à base de plantas e flores faz parte da mitologia de vários povos. Não se sabe ao certo se as poções eram preparadas para funcionar como um medicamento e acabavam agindo como afrodisíacos, ou se a intenção era fazer mesmo um "feitiço" e as substâncias presentes nas plantas agiam favoravelmente. A única certeza é que essa história é muito antiga.
Acredita-se que os afrodisíacos tenham surgido na Grécia Antiga, quando os gregos cultuavam Afrodite - a deusa do amor, da beleza e da fecundidade - com cerimônias e rituais especiais, nos quais eram ingeridas poções do amor, na esperança de que aumentassem o vigor e o prazer sexual. Ervas, flores e especiarias regidas por Afrodite (Vênus, para os romanos) eram usadas como ingredientes no preparo dessas poções e, com isso, ganharam a fama de "afrodisíacos".
A cultura popular de povos do mundo todo tem muito a contar sobre seus afrodisíacos. A respeito desse assunto, daria para escrever um livro, mas a intenção aqui é mostrar algumas curiosidades que relacionam esse assunto à plantas e flores. A ciência ainda enfrenta muitas dificuldades para comprovar as propriedades verdadeiramente "excitantes" dos chamados afrodisíacos. Certas linhas de estudo defendem que o mecanismo que desperta o prazer nos humanos é resultado de uma série de estímulos recebidos por meio dos sentidos (olfato, tato, visão, paladar e audição) somados a uma boa dose de fantasia.
Seja pelo perfume, pelas substâncias quando ingeridas, pelo óleo usado em massagens, em banho... enfim, algumas flores e plantas ficaram famosas como poderosos afrodisíacos. Coletei algumas informações sobre esse assunto e vejam só quantas coisas interessantes acabei descobrindo:

Cheiros e emoções

Como um cheiro pode despertar emoções? Estudos comprovam que isso é possível e muito mais: o cheiro penetra pelo nariz e as células olfativas captam as moléculas aromáticas por meio de cílios, enviando impulsos nervosos para o sistema límbico (originalmente conhecido como "rinencéfalo", é a parte do cérebro que regula a atividade senso-motora e é responsável pelos impulsos mais primitimos, como fome, sede e sexo). Quando os impulsos nervosos chegam, o sistema límbico reconhece as moléculas aromáticas e as identifica. É por isso que certos cheiros afetam o nosso humor e despertam emoções. O sistema límbico passa a informação sobre o aroma para o hipotálamo, que a repassa para a hipófise. Daí essa informação vai para as outras glândulas e influencia a atividade imunológica, o batimento cardíaco, a produção de enzimas e hormônios (inclusive os hormônios sexuais).



Rosa (Rosa sp.): Uma das flores mais famosas é, também, considerada um afrodisíaco. Ninguém menos que Cleópatra, a rainha do Egito, a utilizava com essa finalidade. Conta-se que a rosa era um dos ingredientes básicos de suas receitas de beleza e, além disso, a sábia rainha cobria seu leito com pétalas de rosas para garantir uma "tórrida noite de amor" com seu amado Marco Antônio. O óleo de rosas era muito usado pelas mulheres do Oriente - elas o espalhavam por todo o corpo, ao se prepararem para o amor. Durante as pesquisas, descobri uma receita de Geléia com Pétalas de Rosas

considerada infalível, quando o assunto é despertar o amor. Aqui, é necessária uma observação importante: no preparo da geléia, nunca se deve utilizar rosas tratadas com inseticidas, fungicidas ou qualquer outro produto químico. Se quiser mesmo preparar a geléia, sugiro que produza seu próprio ingrediente pois, além do prazer de cultivar uma roseira, você estará garantindo que as flores estarão livres de qualquer substância tóxica.

Jasmim (Jaminum officinalis): Outra flor considerada afrodisíaca há séculos. Várias espécies de jasmim apresentam um perfume doce e envolvente. O óleo desta flor - um dos mais caros do mundo - é usado como ingrediente na preparação dos mais valiosos perfumes que hoje existem no mercado (o Chanel no. 5 é um deles). Muito ligado ao aspecto feminino, o jasmim inspirava as canções ardentes e lascívas dos poetas árabes. Era, também, uma das flores mais usadas pelas "favoritas" dos sultões, ao se enfeitarem para as longas noites de amor. Além disso, elas tomavam um banho com óleo de jasmim e, depois, espalhavam-no pelo corpo em massagens sensuais. Para os hindus, esta flor está intimamente ligada ao amor e, por isso, ainda hoje é utilizada na montagem de grinaldas nupciais.
Sobre o óleo de jasmim, é interessante reproduzir as palavras de Marcel Lavabre, em sua obra "Aromaterapia, a Cura pelos Óleos Essenciais": "Graças aos supremos poderes sensuais, o jasmim é o melhor afrodisíaco que a aromaterapia pode oferecer. No entanto, não deve ser considerado um mero estimulante para o sexo. O jasmim desfaz a inibição, solta a imaginação e deixa a pessoa num estado jubiloso. Num certo sentido, o poder do jasmim só pode ser experimentado por completo por quem se ama de verdade, pois ele transcende o amor físico e libera toda a energia sexual tanto do homem quanto da mulher. É o melhor estimulante do chakra sexual".

Ylang Ylang (Cananga odorata): Assim como o óleo de jasmim, a aromaterapia considera o óleo obtido das flores do Ylang Ylang um poderoso afrodisíaco, que estimula o apetite sexual aguçando os sentidos. Aplicado em massagens ou simplesmente vaporizado no ambiente, acredita-se que esse óleo essencial é capaz de maravilhas. Na Indonésia, por exemplo, era costume cobrir a cama dos recém-casados com flores do Ylang Ylang., para inspirar uma ótima noite de lua-de-mel.

Sândalo (Santalum album): Considerada uma árvore sagrada na Índia. Existem registros em documentos antigos escritos em sânscrito e chinês que atestam seu uso como incenso em cerimônias religiosas e rituais onde se busca a elevação da alma. A destilação da madeira interna produz um óleo grosso e amarelado, de fragrância doce, picante, intensamente oriental. Na aromaterapia, o óleo de sândalo é utilizado no tratamento de problemas ligados ao aparelho genito-urinário, especialmente impotência e frigidez. Por sua ação tônica e estimulante das funções sexuais, é considerado um afrodisíaco.

Catuaba (Trichilia catigua): Este afrodisíaco tipicamente nacional tornou-se conhecido no internacionalmente A planta, abundante no Brasil, é usada na forma de chás e tinturas. Acredita-se que suas propriedades estimulantes (como as do guaraná) atuem combatendo o stress e aumentando a disposição orgânica.

Ginseng (Panax ginseng): A raiz do ginseng, contorcida e ramificada, lembra uma figura humana. Chineses e indianos consideravam a planta um afrodisíaco, pois ao agir contra o stress, o cansaço e a falta de energia, melhoraria o desempenho sexual, equilibrando o indivíduo como um todo.

Jacinto (Hyacinthus): - A raiz desta flor era utilizada cozida, para tratar tumores dos testículos. Considerada uma flor masculina, era usada por povos antigos como um tônico para aumentar o vigor e o desempenho sexual nos homens.

Narciso (Narcissus poeticus):Os bulbos são muito ricos em vários alcalóides e um deles - a narcisina - mesmo sendo utilizado na medicina popular é altamente tóxico. Tidos como potentes afrodisíacos, os bulbos do narciso eram usados no preparo de infusões, "filtros do amor" e, principalmente, na produção de uma água destilada que aumentaria a secreção de esperma. Mas, é provável que o efeito produzido era mais narcótico do que estimulante.

Guaraná (Paulinia cupana): Quando os primeiros europeus chegaram ao Brasil, os índios já consumiam o guaraná como alimento e para afastar o cansaço. A planta foi estudada pela primeira vez pelo botânico Karl von Martius que, em 1826, visitou a região amazônica. Sua fama como afrodisíaco viria do fato de que a planta apresenta propriedades tônicas e estimulantes que afastam o esgotamento físico e mental, aumentando a disposição geral do organismo.

Tomilho (Thymus vulgaris): Desde a Antigüidade, o tomilho tem sido amplamente usado em terapias por suas propriedades estimulantes e purificadoras. O aroma desta planta é considerado energizante. Uma tradição muito antiga recomendava que, no final de um dia cansativo, era só amassar levemente entre as mãos alguns ramos de tomilho e aspirar o perfume para recuperar a energia e aumentar a disposição para o sexo. Não há comprovação científica que ateste o efeito, mas também não há qualquer contra-indicação - assim, não custa nada experimentar...

Urucum (Bixa orellana L.): O urucum tornou-se muito conhecido graças ao pigmento extraído de suas sementes. Originária da América tropical, é planta espontânea na região que vai das Guianas até a Bahia. A pintura do corpo com o pó de urucum faz parte das tradições indígenas, sendo usada há séculos, em cerimônias e rituais. Na medicina popular, o urucum é utilizado desde o século XVII. Os indígenas usam o pó das sementes como afrodisíaco e como um remédio contra a intoxicação pela ingestão da mandioca-brava.

Geléia de Pétalas de Rosas:
Ingredientes

  • 250g de pétalas de rosa comestíveis, na cor desejada
  • 2 xícaras de açúcar
  • 4 1/2 xícaras de água
  • suco de 2 limões sem coar

Coloque as pétalas já lavadas em uma tigela e espalhe açúcar sobre elas, cobrindo-as bem. Amasse-as um pouco com os dedos e cubra a tigela com filme plástico. Deixe de um dia para o outro, sem colocar na geladeira.

No dia seguinte, ponha o restante do açúcar em uma panela com a água e o suco de limão, dissolvendo em fogo baixo. Adicione as pétalas na mistura e deixe por 20 minutos, ou até levantar fervura e depois deixe mais cinco minutos, para que engrosse. No final, retire as sementes do limão, se ficou alguma e coloque num pote limpo e esterilizado.

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